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Open Access | Percurso Performativo Multidisciplinar

por Dupla Cena
As mudanças tecnológicas e digitais estão a impactar profundamente o nosso quotidiano, e a forma como as utilizamos. Quer os artistas, quer as instituições, são afetados nos seus métodos de trabalho e processos de criação e produção. Estas questões, reequacionadas no contexto da atual pandemia, alteraram a relação com o público.
A Duplacena propõe ao público lisboeta, que faça parte desta reflexão, participando ativamente na apresentação do projeto Europeu Open Access – Experimentação em artes performativas e criação transmédia. Apoiando-se numa lógica coletiva e colaborativa para criar uma nova história partilhada, a interdisciplinaridade e a participação do público estão incorporados na matriz do projeto, que tem como resultado a criação de oito protótipos artísticos. O processo experimental escolhido foi o de integrara criação transmédia nas várias disciplinas das artes performativas.
Devido à situação provocada pelo coronavírus, que não nos permite manter, no âmbito do projeto, a mobilidade artística, convidámos artistas internacionais a adaptar os seus protótipos. Em Lisboa vão ser apresentados works in progress do trabalho artístico, sendo o público convidado a dar feedback que venha depois a ser integrado na versão final do projeto.
Três trabalhos contam com a presença dos seus autores, sendo que os restantes participam num formato híbrido, nestes tempos de pandemia. Os artistas internacionais são desafiados a trabalhar à distância, a partir dos seus países, muito embora sejam acompanhados por colaboradores locais, ou a apresentar o seu trabalho em live streaming ou instalações de vídeo.
É uma oportunidade de partilhar um tempo privilegiado com o público, durante o qual cada artista propõe um contributo, um momento de partilha e de imersão no seu projeto. Os protótipos podem ter o formato de um jogo, ser uma narrativa mais ou menos ficcional, ou um encontro poético sensorial, entre outas possibilidades. O feedback do púbico será integrado no processo de criação, e desta forma, cada espetador ficará associado, se assim o desejar, a esse trabalho.
Porquê transmédia?
O processo experimental escolhido foi o de integrar a criação transmédia nas várias disciplinas das artes performativas. O transmédia permite aos artistas construir uma história, usando tudo o que vem do nosso quotidiano, através de diferentes media. Cada ferramenta tecnológica influencia os conteúdos de forma distinta, não para os replicar, mas sim para enriquecer a história, de forma a oferecer uma experiência global ao público através da multiplicidade de conteúdos, que são inerentes ao seu desenvolvimento. A experiência torna-se num “campo de jogo” para os artistas das artes performativas, contribuindo para o desenvolvimento de novas estéticas, mas também para que o público possa experimentar, ter um papel, contribuir, escolher, e contar histórias.
Esperamos que esta forma de colaboração e os novos métodos de produção e partilha venham a levantar questões sobre os desafios sociais que enfrentamos, e os possíveis caminhos futuros.
Artistas ALISON NEIGHBOUR (Reino Unido), CLARA CHABALIER (França), JOÃO ESTEVENS (Portugal), MARION THOMAS (França), MATEJA STANISLAVA ROT (Eslovénia), OLINDA FAVAS (Portugal) e RALUCA CROITORU (Holanda/Roménia)
Parceiros na cocriação do projeto LE GRANIT (Belfort, França), líder de projeto, o NATIONAL THEATER OF WALES (Cardiff, Reino Unido), COLECTIV A (Cluj, Roménia) e DUPLACENA (Lisboa, Portugal)
PROGRAMA:
- UM (FUTURO) CAMINHO COSTEIRO NO PAÍS DE GALES (UMA JORNADA E UM ENCONTRO NO ESPAÇO PÚBLICO)
Alison Neighbour
INSTALAÇÃO
Horário: entre as 17H00 e as 19H30;
Local: Sub-palco;
Lotação máxima: 10 pessoas em simultâneo.
Em resposta à crise da lenta subida do nível do mar que está a acontecer em todo o mundo, Alison convida o público para uma jornada através da paisagem, para que possa considerar o que podemos perder ou ganhar. Como é que nos adaptamos e aceitamos a mudança?
- DEFESA PARA ALÉM DA SOBREVIVÊNCIA
Clara Chabalier
INSTALAÇÃO, PERFORMANCE, E DISPOSITIVO DE DIÁLOGO SER HUMANO/MÁQUINA
Horário: 17H00 às 19H30;
Local: Foyer.
“The Defense beyond Survivors” (Defesa para além da Sobrevivência) propõe à audiência seguir o processo de escrita do narrador de “A Invenção de Morel”, que, fascinado com as narrativas neomalthusianas sobre sobrepopulação, quer arranjar argumentos que poderiam defender a nossa geração. E se tivesse que contar, não só com os vivos, mas também com as imagens que criamos e que nos perseguem – fantasmas da tecnologia?
Projeto inspirado na novela de Adolfo Bioy Casares, “A Invenção de Morel”.
Colaboração técnica e artística de Johan Lescure. Participação de Gérard-François Dumont, demógrafo, professor na Universidade Paris-Sorbonne (Paris IV) e diretor da revista “Population & Avenir”; Camille Alloing, professor no Departamento de Comunicação Social e Pública na Université du Québec à Montréal (UQAM), autor de vários livros sobre “E-Reputação”; Fanny Georges, Mestre de conferências em Ciências da Informação e Comunicação, Laboratoire CIM-CEISM. Responsável pelo Mestrado 1 em Comunicação na Universidade Sorbonne Nouvelle-Paris 3. Faz investigação em representações numéricas; Charlotte Debest, Doutorada em Sociologia, coautora de “Childlessness: A life choice that goes against the norm.”
Projeto apoiado pelo CNC-DICRéAM
- VALE MISTERIOSO
João Estevens
INSTALAÇÃO VIDEO
Horário: 17H30 e 18H30 – duração aproximada de 30m;
Local: Sala Experimental;
Lotação máxima: 12 pessoas. Reserva obrigatória.
“Uncanny valley” (Vale Misterioso) é uma instalação performativa (um trabalho em progresso) que acompanha a migração do performer, e se debruça sobre uma transição performativa do mundo físico para o mundo digital, com o propósito de mostrar como as ferramentas e interações digitais afetam a nossa perceção.
- KIT DE SOBREVIVÊNCIA EM TERRITÓRIO MASCULINO
Marion Thomas
BANDA SONORA TRANSMEDIA NO ESPAÇO PÚBLICO
Horário: 18H00;
Local: CC Malaposta e arredores;
Lotação máxima: 10 pessoas. Reserva obrigatória.
Marion oferece-nos uma visão alternativa das lutas feministas: a do inimigo. O público, equipado com auscultadores, faz uma visita guiada num espaço urbano para explorar o mundo dos incels*. Esta experiência conjuga a história pessoal com a de um incel. Ao longo deste percurso, cada espetador poderá desenvolver uma visão pessoal da experiência de aceder aos mistérios masculinistas.
*A subcultura incel (um neologismo de involutary celibates) difunde-se nas comunidades online misóginas, cujos membros se definem por não terem a possibilidade de encontrar uma parceira, seja para um romance ou para ter sexo. Os que se autointitulam incels são quase exclusivamente homens, que se encontram na internet à volta de uma causa comum: o ódio às mulheres.
- SEM TÍTULO
Olinda Favas
INSTALAÇÃO VÍDEO
Horário: 18H00 e 19H00, duração aproximada de 30m;
Local: Sala Experimental;
Lotação máxima: 12 pessoas. Reserva obrigatória.
Olinda Favas propõe uma viagem onírica a partir de retratos de sonhadores, reais ou ficcionais, realizados no momento misterioso da transição entre vigília e adormecimento. É neste limiar material-imaterial e no diálogo inconsciente-consciente que sonhamos. Este é domínio do simbólico e da memória que o espetador pode explorar nesta instalação.
- FLUTUAÇÃO NEUTRAL
Raluca Croitoru
INSTALAÇÃO SONORA
Horário: das 17H00 às 19H30, em loop;
Local: Black Box;
Lotação máxima: 10 pessoas em simultâneo.
Esta instalação consiste numa paisagem sonora que estabelece uma conexão entre corpos na água com corpos de água, através de uma imersão especulativa, mediada tecnológica e fisicamente. Estabelece-se um diálogo entre sons corpóreos, terrestres e submersos, no qual a fluidez substitui as predileções pelo que é sólido e fixo.
BIOGRAFIAS DOS ARTISTAS:
CLARA CHABALIER
É uma encenadora e atriz baseada em França. Cria trabalhos transdisciplinares e teatro contemporâneo. Licenciou-se na Regional Actors School, em Cannes e no Conservatoire national supérieur d’art dramatique (CNSAD). O palco é, para ela, o lugar onde o mundo virtual é integrado na realidade, através da dança, da música, da fotografia e das artes visuais.
RALUCA CROITORU
É uma artista visual e performer originária de Constanta, Roménia, mas atualmente vive e trabalha em Roterdão. A sua prática artística combina uma abordagem multidisciplinar entre os campos da arte, da coreografia e da performance. Interessa-se pela relação entre o corpo e as estruturas de poder, especialmente as especificidades do corpo sob o sistema capitalista.
JOÃO ESTEVENS
É um performer e investigador português baseado em Lisboa. A sua prática artística foca-se nas novas dramaturgias e no hibridismo, combinando artes performativas e multimédia. Os tópicos do seu trabalho são: a fragilidade do ser humano, o poder, e a cibercultura.
OLINDA FAVAS
Atriz, performer, docente e encenadora. Olinda encontra na expressão: “E se…” a simples formulação que lhe abre possibilidades na vida e na arte. Esta expressão reflete-se também no seu trabalho multidisciplinar, no qual o erro, a fragmentação e as presenças se desenrolam numa interseção poética e performativa.
ALISON NEIGHBOUR
Artista e cenógrafa do País de Gales, Alison cria instalações e performances comprometidas socialmente e reativas ao lugar. A cenografia interessa-lhe como ponto de partida para contar histórias, e procura oferecer espaço às audiências de forma a que sejam cocriadores do trabalho.
MATEJA STANISLAVA ROT
Inovadora urbana baseada na Eslovénia. Trabalha na interseção entre o urbanismo, a arquitetura e o ativismo. Está particularmente interessada na transformação criativa do espaço público e em recuperar o direito de usufruto de espaços, procurando contribuir para a partilha do espaço público enquanto bem comum.
MARION THOMAS
Autora, encenadora e performer, divide o seu tempo entre Nantes e Lausanne. Estudou teatro na La Manufacture – Haute école de théâtre de Suisse romande. Achando que realidade é um desapontamento, encontra-se na internet com pessoas bizarras. A partir destas deambulações virtuais, Marion retira os pontos de vista que mais tarde integra em narrativas mais amplas, de forma a criar espaços de atrito e conciliação. Gosta de videogames, construtivismo, cavalos, e ficção científica feminista.
Contactos: Centro Cultural Malaposta
das 17h00 às 19h30
ENTRADA GRATUITA
As seguintes atividades carecem de reserva: VALE MISTERIOSO de João Estevens, KIT DE SOBREVIVÊNCIA EM TERRITÓRIO MASCULINO de Marion Thomas e SEM TÍTULO de Olinda Favas.
Todas as outras atividades têm lotação limitada, mas não será necessário inscrição/reserva, bastará aparecer dentro dos horários correspondentes e a gestão será feita diretamente no Centro Cultural da Malaposta.
Por favor indicar número de lugares, sessão e horário no título do e-mail de reserva: ccmalaposta@gmail.com
Obrigatório o uso de máscara. https://malaposta.pt/plano-de-contingencia-covid-19/
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