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HOMEM ALMOFADA / Teatro

de Momento – Artistas Independentes / Diogo Freitas
Num clima de ditadura totalitária, duas crianças aparecem mortas e uma terceira encontra-se desaparecida. Os terríveis assassinatos são réplicas de alguns contos do escritor Katurian, que é detido e levado para uma sala de interrogatório por dois detetives carismáticos e pouco convencionais.
A vida de Katurian é dissecada, revelando-nos a relação com o seu irmão “atrasado”, a terrível morte dos seus pais e os seus contos doentios e influenciadores enquanto os detetives tentam perceber a sua culpabilidade e o paradeiro da terceira criança.
“ou será que era: o único dever de um contador de histórias é contar uma história?”
Isto é a vida real? Isto é ficção? E qual é a barreira entre as duas? Quão forte ou impermeável tem de ser essa barreira? Será que é mesmo uma barreira? Ou um escorrega? Num estado governado por uma ditadura totalitária, duas crianças são encontradas mortas de uma forma terrível. Os seus destinos fatídicos acabam por ser bastante semelhantes a duas histórias do escritor amador Katurian. Apercebendo-se desta conveniente semelhança – e, agora, com uma terceira criança desaparecida – Katurian é interrogado por dois detetives que não medem meios para descobrir toda a verdade. É naquele espaço sombrio que, através da análise das suas histórias macabras, da vida pessoal e familiar do escritor – que inclui o problemático irmão Michal – e do choque de personalidades de todos estes espetros, que a verdade vai sendo revelada como o descascar de uma maçã com lâminas dentro. O brilhante “Homem-Almofada” de Martin McDonagh traz ao de cima o nosso lado mais arrepiante, revelando segredos e facetas que tentamos há muito esconder. Revela-nos tudo isso de uma golpada só com um longo cutelo que nos tira o fôlego. Como é que os traumas da nossa infância nos moldam? Quanto é que uma infância perturbada consegue perdoar? Como é que descarregamos as nossas frustrações quando ninguém está a ver? Que mentiras são melhores que verdades? Até onde estamos dispostos a ir para não reencontrar medos antigos ou até para deixar uma marca no mundo? Enfim, um texto que à primeira vista pode parecer um policial psicológico, mas que se mostra muito mais parecido com uma tese filosófica sobre as nossas opressões. E é nesse fabuloso texto que o teatro e cinema se encontram, utilizando meios presentes nos dois campos artísticos. Da mesma forma que a barreira da fantasia-realidade se mostra frágil, também a barreira teatro-cinema desafia a mesma fragilidade. Quase nos esquecemos se se trata de um filme ou de um espetáculo. Talvez sejam ambos. Ou nenhum… (então o quê? Realidade?). O cinema e o teatro vivem em perfeita simbiose, desde o vídeo à sonoplastia, utilizando recursos como o foley ao vivo ou a gravação em tempo real. Tudo isto numa sala de interrogatórios. Ou num estúdio. Ou num filme. Ou numa sala de interrogatórios dentro de um estúdio dentro de um filme dentro de um palco. Ou só um suspiro da vida na sua mais crua e dura realidade. Neste espetáculo vivemos as histórias de Katurian e talvez mais uma ou outra de escritores nómadas. Vivemos as dores e as repressões de todas estas quatro personagens que habitam este espaço. E talvez ainda as dores e repressões dos espetros que já não passam disso – espetros. Talvez nos agarremos às suas diferenças porque gostamos da diferença ou porque nos sentimos como uma reencarnação de um ser especial. Ou talvez – e isso possivelmente custe ainda mais a admitir – nos agarremos às semelhanças que estas personagens têm connosco. Também nós somos criadores, contadores de histórias, enfim… também nós fantasiamos no palco da nossa mente. Há quem o exteriorize. Há quem o guarde e viva com isso como uma gaiola. Há quem os esconda num avião de papel e calcule o seu trajeto sem margem de erro. Quer o consigamos justificar ou não, todos nós temos um lado macabro. A diferença está em como o revelamos ao mundo.
Texto MARTIN MCDONAGH
Tradução TIAGO GUEDES
Encenação FILIPE GOUVEIA
Interpretação ANA PESSOA, CATARINA VIGÁRIO, DIOGO FREITAS E GENÁRIO NETO
Desenho de Luz PEDRO ABREU
Composição Musical e Desenho de Som CLÁUDIO TAVARES
Conceção Plástica DIOGO FREITAS E PEDRO ABREU
Acompanhamento Fotográfico JOANA SOUSA
Designer Gráfico e Gestão de Redes Socias CAROLINE TORRES
Operação de Som ANTÓNIO CARDOSO
Crianças no Vídeo CARLOS NOVAIS E MARIA DO LAGO
Teaser OS FREDERICOS
Coprodução TEATRO NARCISO FERREIRA – CASA DAS ARTES DE VILA NOVA DE FAMALICÃO, TEATRO MUNICIPAL DA GUARDA, TEATRO DIOGO BERNARDES/PONTE DE LIMA E TEATRO MUNICIPAL DE GAIA
Acolhimento CENTRO CULTURAL MALAPOSTA/CÂMARA MUNICIPAL DE ODIVELAS/MINUTOS REDONDOS E TEATRO FEITICEIRO DO NORTE
Apoio Financeiro CÂMARA MUNICIPAL DE FAMALICÃO
Produção MOMENTO – ARTISTAS INDEPENDENTES
Apoios TEATRO NACIONAL SÃO JOÃO
©Fotografia JOANA SOUSA
Contacto: Centro Cultural Malaposta
das 20h30 às 22h15 - Sáb.
das 20h30 às 22h15 - Dom.
12€ [descontos aplicáveis] | 105 minutos | M/14
Bilhetes disponíveis em: Bol
Protocolo: portadores de Cartão Sénior, Cartão Jovem Cidadão ou ODKids*, do Município de Odivelas
*É obrigatória a apresentação do cartão, no dia do evento
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Evento sujeito a recolha de imagens e divulgação nos diversos suportes de comunicação da CMO.