área partilhada
área partilhada
Conflitos e resistências no Mosteiro
área de conteúdos (não partilhada)
área partilhada
Regresso da religiosa após acusação de páticas judaicas deu origem a saída não autorizada, para protesto, de 134 religiosas.
No seu tempo de convento feminino, no Mosteiro de Odivelas estava imposta a clausura, jurando-se votos de obediência, castidade e pobreza. Contudo, esta vivência era muitas vezes desafiada pelas religiosas, quer intramuros quer externamente.
Nos registos existentes e agora estudados pelo Grupo de Trabalho para a Criação do Centro Interpretativo do Mosteiro de Odivelas, encontram-se menções a prevaricações em que eram recorrentemente colocadas em causa a capacidade e a vontade das religiosas em virar as costas à vida mundana.
Um dos episódios mais marcantes refere-se ao caso de D. Ventura Isabel Dique, que havia professado em 1709, com apenas 22 anos. Em 1713, foi acusada de práticas judaicas pelo Tribunal de Santo Ofício e, apesar de não ter ficado provada a acusação, a religiosa foi condenada a retratação pública em auto de fé, a cárcere e a hábito perpétuo.
Com ordem de regresso ao Mosteiro de Odivelas, D. Ventura Isabel Dique encontra uma feroz oposição, inclusive dos seus familiares, que alegavam que era judia. Como forma de protesto, 134 religiosas saíram da clausura, numa saída não autorizada, e dirigiram-se a Lisboa para apresentarem, pessoalmente, queixa ao Rei, que ordenou o retorno imediato deste grupo ao convento. Este regresso aconteceu de forma violenta, tendo sido necessária a escolta de cavaleiros do Rei.
Não há evidências de que D. Ventura Isabel Dique tenha voltado a entrar no Mosteiro de Odivelas.