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Vinho Madre Paula
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Origem de grandes paixões
A Madre Paula de Odivelas (1701 – 1768), nome religioso de Paula Teresa da Silva e Almeida, a célebre religiosa do Mosteiro de São Dinis e São Bernardo em Odivelas, que ficou para a história como a amante de D. João V, nasceu em Lisboa, a 17 de junho de 1701. Era filha do ourives Adrião de Almeida Paulo, e de Josefa da Silva e Sousa. Além de Paula, o casal teve mais duas filhas, Maria Micaela da Luz, que professou no Mosteiro em 1704 e aí residiu até à morte (1768), e Leocádia Felícia de Assis e Almeida, que, tendo passado também por Odivelas, casou com José Falcão de Gamboa Fragoso.
Por determinação do pai, motivado pela escassez de recursos económicos e pela necessidade de assegurar o sustento das filhas, Paula seguiu a irmã mais velha e deu entrada no Mosteiro como noviça em 1717, tinha então dezasseis anos de idade, tendo professado no ano seguinte. Vivia-se nesta altura a época áurea no Mosteiro, onde as festas eram frequentes e nas quais participava a nobreza de corte. Frequentador deste tipo de encontros de corte no Mosteiro era o rei D. João V, conhecido pelas suas relações extraconjugais, algumas das quais com religiosas de Odivelas. Terá sido por essa altura que começou a relação amorosa entre Madre Paula e o monarca, que causou escândalo na época e da qual, em 1720, nasceu um filho, José (mais tarde, após legitimação do rei, D. José de Bragança), que veio a ser Inquisidor-mor do reino em 1758. D. João V terá determinado a construção de uma casa de três andares para a sua amante, situada no Mosteiro, sobre a Sala do Capítulo, adjacente à torre e terminando num piso mais recuado, conhecida como a Torre da Madre Paula, que foi demolida em 1948. Dos interiores desta casa, onde viviam Paula e a sua irmã Maria da Luz, chegaram até nós descrições que nos dão conta dos aposentos luxuosos.
Mesmo após o fim deste relacionamento com o rei, Paula continuou a viver luxuosamente nos seus aposentos, recebendo um avultado rendimento anual atribuído pelo monarca, e gozando de vários privilégios e benesses, que lhe permitiram a posse e a conservação dos seus bens, que se estenderam também para a sua família. Madre Paula faleceu aos 67 anos, a 22 de abril de 1768, e encontra-se sepultada na Sala do Capítulo do Mosteiro. A sua história de vida e sobretudo a sua ligação ao rei magnânimo serviram de inspiração para a produção de várias obras literárias e produções ao longo do tempo.